Pular para o conteúdo principal

Postagens

O Brasil não tem cultura?

Ouvimos isso o tempo todo. Fruto de um velho e cansado complexo de vira-latas, essa ideia de que somos um país menor, sem arte, sem cinema, sem grandeza. Como se o Brasil não tivesse sua própria voz, como se nossa cultura fosse apenas um reflexo pálido de outras, sem brilho próprio. Mas basta olhar com atenção para ver: o Brasil não apenas tem cultura, o Brasil É cultura. Se não tivéssemos cinema, O Pagador de Promessas não teria cruzado o mundo com sua fé e tragédia, conquistando Cannes. Cidade de Deus não teria feito a indústria cinematográfica mundial tremer diante de sua estética feroz. Central do Brasil não teria levado nossa alma para a tela, emocionando o Oscar e eternizando Fernanda Montenegro como uma das maiores atrizes da história. Se não tivéssemos música, João Gilberto não teria reinventado o tempo com sua bossa, Cartola não teria pintado nossa tristeza com poesia, o funk não teria feito o mundo abaixar até o chão. Se não tivéssemos literatura, Machado não teria dissecado ...
Postagens recentes

Às vezes, a gente quebra quando pode quebrar

Passei anos segurando as pontas. Fiz o que precisava ser feito, aguentei firme, ajeitei minha vida, dei conta de tudo. E agora que as coisas estão finalmente no lugar, minha saúde resolveu desmoronar. Exames normais, médicos sem respostas, e um corpo que parece estar gritando. Mas por quê? Meu irmão disse uma coisa que ficou martelando na minha cabeça: “Às vezes, a gente quebra quando pode quebrar.” E faz sentido. A vida não te dá tempo pra adoecer quando você está no meio da tempestade. Você se mantém de pé porque precisa. E quando, enfim, as águas se acalmam, vem o acerto de contas. O corpo lembra o que a mente tentou esquecer. Isso me fez pensar em quantas vezes a gente se empurra além do limite. Em quantas pessoas vivem assim, na resistência, sem nem perceber que estão adiando a própria pausa. Eu faço terapia, me cuido, e ainda assim, meu corpo está cobrando o preço. E quem não tem esse suporte? Quem luta sozinho? Se tem algo que essa fase me ensinou é que a gente precisa aprender ...

Desabafo... querido diário

Tá todo mundo me perguntando se eu tô bem hoje. E, no automático, eu respondo: tô bem. Bem… rsrs… o que é estar bem de verdade? Porque a sensação que eu tenho é que ninguém nunca está bem. A gente se acostuma com as pancadas da vida, com as inconstâncias da vida. A vida te dá e também te rouba, a vida faz florescer e morrer. E a gente se acostuma com esse movimento. Se isso for estar bem, compreender o vai e vem, eu tô bem. Não sei dizer se aprendi a lidar com a saudade. Não sei dizer se me acostumei ou se efetivamente cresci ao redor dela. Sinto que, nos últimos 30 dias, não faço nada além de sentir. Sentir profundamente a perda, sentir e lembrar. Até nisso você deu um jeito de ser intenso, não é? Me deixou 30 dias para lembrar e sofrer tudo de uma vez. Bom que consigo ser mais produtiva ao longo do ano… hahahaha… você entenderia essa piada. Dizem que a vida é nascer, casar e morrer … Em 30 dias, eu revivo esse ciclo inteiro, com as festas de final de ano no meio e toda a ausência qu...

Depois do Felizes para Sempre (23/01/2025)

Você é o riso que ainda escapa, O eco suave de um sonho que vive. A lembrança que aquece noites frias, O abraço que o vento insiste em trazer. Nosso felizes para sempre, Tão breve e tão eterno, Não teve todas as páginas que merecia, Mas cada linha foi escrita com o infinito. Hoje, olho para o céu e agradeço: Por você, por nós, pelo amor. Por tudo que foi e não seria, E pelo que, em silêncio, sempre será. Ninguém fala do depois, Mas é nele que a verdade se esconde. O depois é o que importa, É onde a saudade mora, E onde o amor nunca morre. O nosso depois foi intenso, Rápido como o fogo, Mas deixou em mim a brasa eterna De querer mais — sempre mais. E mesmo sem páginas para virar, Carrego cada palavra escrita. Você foi meu eterno em um instante, E eu ainda sinto o "para sempre" Em cada batida do meu coração.

Carta de intenções para 2025

O poder de escrever seus sonhos: como uma carta de intenções pode transformar sua vida Já imaginou se todas as suas metas e desejos se tornassem realidade? Parece mágica, mas a verdade é que a clareza e a intenção têm um poder transformador. Escrever uma carta para si mesma, montar um quadro de sonhos ou listar metas concretas é mais do que um exercício motivacional—é um compromisso com a vida que você deseja construir. Quando você coloca no papel suas aspirações, elas deixam de ser apenas pensamentos soltos e se tornam objetivos tangíveis. Você cria um mapa para o seu futuro e, mais do que isso, treina sua mente para enxergar oportunidades onde antes via obstáculos. Vamos dividir esse processo em áreas fundamentais para inspirar você a construir sua própria jornada de transformação: Libertar-se do passado Antes de abrir espaço para o novo, é preciso soltar o que já não faz sentido. Permita-se honrar o que passou, mas não se prenda ao que já não te serve. Seguir em frente não é esquece...

Como continuar quando o tempo congela para quem amamos?

É estranho como o corpo sente antes da mente entender. Acordei no meio da madrugada, gripada, exausta, e antes mesmo de abrir os olhos, meu instinto me fez buscar o Rafael ao meu lado. O espaço vazio na cama pareceu mais frio do que nunca, mas como se entendesse o que eu precisava, meu gato se aproximou, silencioso, e encostou o rostinho na minha mão. Animais são anjos – e às vezes, eles sabem coisas que nem nós conseguimos processar. Talvez seja isso: meu corpo sabe que meu aniversário está chegando. Meu terceiro sem ele. O terceiro para mim, mas o quarto para todos os outros que o amavam. A mãe dele foi a primeira a sentir esse vazio, eu fui a última. A primeira e a última mulher da vida dele. É quase poético, se não fosse tão cruel. E tem mais. Ele sempre falou sobre os 40. Sonhava com essa idade, fazia planos, imaginava como seria. E agora sou eu que chego lá. Eu sigo, enquanto ele ficou para sempre nos 39. O tempo continuou, mas para ele, congelou. Como se eu tivesse ultrapassado ...

Entre o Céu e a Ausência (03/01/2025)

Tem dias que o amor é benção, E sua presença, mesmo na memória, Me envolve como brisa suave, Relembrando o toque da eternidade. Há dias em que sorrio, Por ter tido você em minha história, Por ter caminhado ao seu lado, Por ter conhecido o amor em sua forma mais pura. Mas há dias em que a saudade grita, Como um eco infinito no vazio do meu peito. A dor colossal de não te ver, De não te tocar, De não te ouvir, Me deixa à deriva no oceano do luto. Sinto falta do calor dos seus olhos, Da sua voz que acalmava tempestades, Do seu jeito que fazia o mundo parecer mais fácil. Agora, tudo parece tão frio, tão longe. Meu coração é uma terra dividida, Onde floresce a gratidão E sangra a ausência. Te amar foi um privilégio, Te perder, um abismo. Rafael, onde quer que esteja, Leve contigo meu amor eterno, Minha saudade infinita. E quando a dor for insuportável, Que eu encontre força na lembrança De que, um dia, nos pertencemos.

Mãos Cheias de Saudade (28/12/2024)

Hoje, eu escrevo com o coração em pedaços e as mãos cheias de saudade. São 11 anos desde o dia em que dissemos “sim” um ao outro. Onze anos de um casamento que prometia ser o início de um felizes para sempre . Mas a nossa história foi interrompida. De forma abrupta, cruel, sem sentido. E por mais que eu tente, nunca vou entender.  Rafael, se você estivesse aqui, estaríamos celebrando hoje. Eu consigo imaginar o seu sorriso, aquele meio torto, safado, que me fazia rir sem esforço. A gente abriria uma garrafa de vinho, brindaria aos nossos sonhos e provavelmente discutiríamos sobre as reformas da casa que ainda não terminamos. Você amava planejar, sonhar grande – nossos 90 anos estavam desenhados nas longas caminhadas que fazíamos pra sonhar com o mundo todo que queríamos conhecer.  Mas aqui estou eu, com as mãos vazias, segurando todos os planos que não aconteceram.De olhos fechados vendo o seu olhar, seus gestos e ouvindo a sua risada barulhenta.  O amor que você deixou é...

Às vezes, a força que precisamos vem de onde menos esperamos.

Hoje me peguei imersa em pensamentos. Objetivos, desejos, sonhos... aquele emaranhado de reflexões que, se a gente deixar, preenche cada canto da mente. É engraçado como, às vezes, a vida parece te desafiar a rever tudo, a questionar o que realmente faz sentido. E foi no meio desse turbilhão que algo inesperado aconteceu. Recebi uma mensagem, um feedback carinhoso de uma ex-cliente. Era daquelas palavras que aquecem o peito e trazem um sorriso sem a gente nem perceber. Naquele instante, senti uma onda de gratidão. O que parecia um simples retorno de alguém foi muito mais: foi um lembrete. Um sinal de que, mesmo nas dúvidas e incertezas, estamos deixando uma marca, inspirando, tocando vidas. E isso, ah, isso deu força. Me fez perceber que, muitas vezes, a motivação não está em alcançar o impossível, mas em reconhecer o impacto que já estamos causando, mesmo que de forma sutil. Afinal, o caminho é tão importante quanto a chegada, e às vezes a força que precisamos para continuar surge qua...

Relacionamento complicado é aquele que a gente se acostuma a complicar.

Relacionamentos são complicados. Já perdi a conta de quantas vezes ouvi isso. Parece uma frase pronta, que a gente solta sem pensar, como se fosse normal. Mas… será que é? A verdade é que, por mais que a gente repita, não era pra ser complicado. Amar não devia ser uma equação cheia de incógnitas. Quando começamos a tratar o amor como um jogo, onde se ganha ou se perde, ele já está fadado a se tornar uma batalha, e ninguém vence. Não era pra ser assim. Era pra ser simples, orgânico. Era pra fluir com a leveza de quem não tem nada a provar. Mas aí, entram os medos, os joguinhos, as estratégias. A gente tenta controlar, prever, manipular. E o que era pra ser honesto, vira uma competição. O carinho se perde em meio à possessão. O respeito é substituído por controle. Relacionamento de verdade não é sobre ganhar terreno no coração do outro, é sobre dividir espaço. É amizade, parceria, transparência. É acordar e saber que você pode ser você, sem medo de não ser o bastante. E se a gente precis...

Ficar (2024)

Obrigada por escolher ficar Mesmo depois de invadir meu íntimo, E com coragem olhar meus olhos, Mesmo quando eles mostram o caos. Obrigada por ficar, Quando o meu pior se revela, E as falhas se erguem sem disfarce, Sem máscaras, sem filtros. Escolher ficar, É um ato de entrega, É um presente raro, É amor sem amarras. Sou intensa, eu sei, E talvez o meu ritmo seja alto, Talvez meu caos assuste, Obrigada por não tentar me conter. Me colocaram em caixas, Tentaram me limitar, Mas eu luto contra essas paredes, Grito que não posso me encaixar.  Obrigada por me escolher e me enxergar.   Mesmo sabendo a verdade: Que muitas vezes nem eu mesma fico. Nem eu conheço meus abismos, E nem sempre consigo ser minha própria escolha... E, no fundo, O que eu busco É alguém que veja o meu tudo E diga: "Eu fico." Então, obrigada por me olhar, Encarar meus lados sombrios, Me conhecer, E escolher ficar.

Paixão

"Paixão: a droga que a gente quer provar sempre mais" A paixão é uma daquelas sensações que a gente jura que controla, mas que, na verdade, domina a gente sem piedade. Quando ela chega, é como uma onda avassaladora que te engole de vez, te toma o ar, o controle, a paz. O frio na barriga? É só o começo. Cada toque, cada olhar, cada suspiro parece fazer o mundo girar de um jeito diferente, como se tudo fosse urgente, como se o tempo se esticasse e encolhesse ao mesmo tempo. E quando você prova dessa loucura uma vez, parece que o corpo pede mais. Mais adrenalina, mais desejo, mais dessa euforia que te faz esquecer o resto do mundo. Porque no meio do caos, da confusão que a paixão traz, há uma doçura quase viciante. É uma droga, sim, daquelas que te consomem e, ao mesmo tempo, te fazem querer sentir o gosto dela de novo e de novo. E mesmo sabendo o quanto ela pode ser devastadora, a gente se rende. Afinal, tem coisa melhor do que viver no limite do imprevisível, do desejo, do ago...

A paixão é a minha droga

“Paixão: a droga que nos faz flutuar, mas sempre cobra o preço da queda.”  Existe algo mais viciante do que a paixão? Aquele estado de euforia em que a vida parece um filme francês, onde cada toque é um terremoto e cada beijo é um espetáculo pirotécnico. Quando estamos apaixonados, somos verdadeiros viciados – corações acelerados, noites insones e aquela obsessão deliciosa que nos faz querer mais, sempre mais.  Mas como toda droga poderosa, a paixão vem com seus efeitos colaterais. Ela nos deixa irracionais, vulneráveis, capazes de fazer as maiores loucuras sem pensar duas vezes. É aí que mora o perigo: no momento em que a intensidade vira dependência. Passamos a viver de picos, ignorando que o tombo pode ser inevitável. E, ah, quando ele vem, dói mais do que qualquer abstinência.  Será que conseguimos viver sem essa droga? Talvez sim, talvez não. Talvez o segredo seja aprender a dosar, usar a paixão como um tempero, e não como um prato principal. Afinal, o que seria da v...

Por que nos apaixonamos?

O que faz o coração parar diante de alguém e seguir batendo indiferente por outro? Existe uma lógica por trás da química do amor ou estamos à mercê do mistério? Por que nos apaixonamos por uma pessoa e por outra não? O que acontece dentro de nós para que uma simples troca de olhares acenda faíscas, enquanto com outro alguém não passa de uma conversa agradável? A verdade é que a paixão é um mistério envolto em química, biologia, e, claro, aquele toque de inexplicável. Nossos corpos são movidos por reações que, muitas vezes, acontecem sem que a gente perceba. Sabe quando você sente aquela tremedeira nas pernas, a mão começa a suar e o coração dispara só porque aquela pessoa apareceu? Pois é, isso é o seu corpo reagindo a um coquetel de neurotransmissores, como dopamina e adrenalina, que disparam sempre que a gente encontra alguém que mexe com o nosso emocional. É quase como se o nosso cérebro criasse uma explosão interna, ativando todas as áreas relacionadas ao desejo e à atração. E essa...

Escolhas Profundas (10/2024)

Há um tipo raro de gratidão, um reconhecimento divino e profundo, por quem escolhe ficar após invadir cada canto, ver o caos e o encanto, sem desviar o olhar. É um amor sincero, talvez o mais verdadeiro, aquele que não foge diante do erro, que não tenta moldar ou conter, mas aceita, com coragem, a intensidade de ser. E ser intensa é quase uma sina, um traço grande demais para se carregar. Então tentam me encaixar em caixas pequenas, temendo o caos que possa devorar. São as expectativas que me cercam, tentativas de limitar o que em mim não tem fronteira. E então, a grande dúvida surge,  será que consigo lidar com esse mar revolto? Será que eu mesma me escolho, conhecendo meus lados sombrios e claros, e aceito ser minha própria companhia? Porque esperamos tanto ser escolhidas, mas será que nos escolhemos primeiro? Será que olho para mim e consigo dizer, “tá tudo bem, eu fico com você”? Talvez a chave seja essa, encarar meus próprios abismos, e aprender, um passo de cada vez, a ser mi...

A Saudade é a Mais Bela Homenagem

Eu não gosto da ideia de um dia para lembrar dos mortos, até porque não vejo a morte como um ponto final, mas sim como uma vírgula em uma história que atravessa planos. Para mim, o Dia de Finados sempre foi uma data estranha, quase protocolar, um lembrete público de algo tão íntimo que se torna difícil de compartilhar. Porque quem já amou de forma profunda e verdadeira, sabe que a ausência não precisa de uma data marcada: ela é a sombra silenciosa que caminha ao nosso lado todos os dias. A morte chega sem pedir licença, interrompe conversas, apaga sorrisos e enche de ecos os cantos que um dia transbordaram de vida. É como um vento forte que nos desfolha, nos arranca pedaços e leva para longe. Mas, por mais devastadora que seja, é na falta que encontramos a força de reconhecer o que foi extraordinário. Por que, afinal, a falta é a confirmação de que algo verdadeiro existiu. Só sente o vazio quem teve a sorte de se encher de histórias, de risos compartilhados, de aprendizados que hoje m...

Obrigada por me conhecer e ficar

Obrigada por me conhecer e ficar * É um agradecimento profundo, não é?   É aquele reconhecimento raro, quase divino, por alguém que escolhe ficar, mesmo depois de invadir cada canto do seu ser. Alguém que olha você nos olhos e não recua ao ver o seu pior e o seu melhor; alguém que não desvia quando suas falhas estão expostas, nuas, vulneráveis. Ler isso me impactou profundamente porque talvez seja a expressão mais sincera do amor. No fim, é isso o que buscamos: ser conhecidos e, ainda assim, ser escolhidos. Estar com alguém que não só nos vê, mas nos entende e não foge, não tenta nos moldar ou colocar em caixas confortáveis. Alguém que sente, com coragem, a intensidade do que somos. Às vezes, ser intensa pode parecer uma sina, um erro, um traço grande demais para se carregar. Já ouvi tantas vezes que a minha intensidade assusta. Que é difícil acompanhar o ritmo dos meus pensamentos, dos meus sentimentos. As pessoas tentam me conter, me dizer como eu deveria ser. Tentam me encaixar...

Filhos não são nossa garantia, mas podem ser nosso maior presente

Sempre nos dizem que não devemos ter filhos esperando que eles cuidem de nós. E isso é verdade. Filhos são um ato de amor, um salto de fé, não um plano de aposentadoria ou um seguro de cuidados . A maternidade não deve vir com expectativas de retorno, porque, afinal, criamos nossos filhos para serem livres e para viverem suas próprias vidas, não para estarem presos à nossa. Mas há momentos em que a vida nos surpreende com pequenos presentes inesperados. Como naquele dia em que você acorda doente, com a cabeça pesada e o corpo pedindo descanso. Sem precisar dizer uma palavra, sua filha percebe. Ela te olha de um jeito diferente, mais atento, e antes mesmo que você possa insistir que está tudo bem, lá está ela com um copo de água e um chá quentinho. Não há promessas de cuidado eterno, nem cobranças ou obrigações. Apenas um gesto simples, mas carregado de amor. Nesses momentos, você percebe que, mais do que um laço de sangue, há uma conexão construída de empatia, afeto e atenção. Uma parc...

A Arte de Integrar a Dor

É curioso como as pessoas, bem-intencionadas e apressadas, se sentem tão à vontade para definir o fim do luto de outra pessoa. A pressa em dizer “já é hora de seguir em frente”, como se existisse um alarme invisível avisando que o tempo de dor acabou, que a ausência já foi absorvida e agora precisa ser descartada como um objeto qualquer. Mas a verdade é que a ausência não é preenchida, ela só se molda em nós de um jeito novo. Luto não termina; ele apenas muda de forma. Eu sempre digo que perder alguém é como perder, literalmente, uma parte de si: aprendemos a viver sem, mas essa falta não é substituída. Nada resolve, porque não há o que resolver. Não há como colocar uma prótese no vazio. O que resta é aceitar a nova forma que carregamos, uma forma incompleta, mas ainda viva e cheia de outras possibilidades. Lidar com o luto é um processo extremamente íntimo e único. Cada pessoa cria suas próprias estratégias, e o que funciona para uns pode ser devastador para outros. O grande erro é as...