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Mostrando postagens com o rótulo luto

Ressignificar

  Ressignificar a dor é uma jornada íntima e transformadora. Muitos se perguntam o que fazer com as aflições que carregam, e a resposta que encontrei reside na arte da metamorfose pessoal. Ao escrever, dou voz aos meus sofrimentos, transmutando-os em versos e rimas. Essa alquimia de palavras torna minha dor não apenas compreensível, mas também suportável.   É assim que atravesso tempestades, colocando cada fragmento de angústia em letras, convertendo o tormento em beleza melancólica e renovada. Transformando toda a dor em algo bonito, ainda que triste, algo novo, ainda que doloroso. Mas transformando em algo: Resignificando. Refletia sobre isso hoje: como podemos reaproveitar, reciclar e reutilizar a dor? Existe um temor generalizado em sentir, uma crença equivocada de que superar é sinônimo de anestesiar o coração. No entanto, sentir a dor é um ato de bravura. Encarar o medo e a dor de frente, transformando-os em arte, em palavras, ou em algo que possa ser vivenciado, experienciado e

Eu Nasci e Morri em Janeiro (2023)

Janeiro, um mês que marca tanto um início quanto um fim. Foi neste mês que eu vi a luz do mundo pela primeira vez e que enfrentei a dor silenciosa de perder meu melhor amigo. Esse é, para mim, um mês intenso e transformador. Que reforça o vazio, mas também os ensinamentos e lembranças que me fortalecem. Com janeiro aprendi a agradecer cada momento, seja ele alegre ou doloroso. Cada riso compartilhado, cada lágrima derramada, cada dificuldade superada.  A vida, com suas reviravoltas, é uma mestra silenciosa que nos molda através de cada experiência. Ao lembrar que só não envelhece, quem na juventude se despede, honro quem sou com as marcas que a vida me concede. Essas marcas são símbolos da resistência, aprendizado e força que carrego comigo. Elas representam a minha jornada, uma história que continuo a escrever a cada novo amanhecer. Em janeiro reflito sobre o caminho percorrido e me abro para o que está por vir.  Com esperança renovada, aceito os desafios do amanhã, abraçando as oport

O Amor Que Permanece na Falta

Hoje, completamos 10 anos de casados. Pelo menos, completaríamos se você ainda estivesse aqui. O plano era uma viagem, uma renovação de votos, mas a vida nos desviou desse caminho. O plano acabou, e o que restou foi essa saudade imensa, uma falta que parece nunca ter fim. Eu sinto tanta falta de nós dois, de quem éramos juntos. A química entre nós era explosiva. Eu te olhava e sentia meu coração sair pela boca, como se o mundo inteiro desaparecesse ao nosso redor. Sinto falta das suas mãos fortes, da sua gargalhada alta, do seu abraço que me aquecia e me fazia sentir segura. E a cama... agora parece tão vazia, tão grande. Você preenchia todos os espaços. A sua energia logo cedo, os banhos infinitos e as conversas que duravam horas — tudo isso agora são apenas lembranças. Quando você se foi, um pedaço de mim quebrou. Meu coração se esvaziou, e minha vida, de alguma forma, se partiu. Eu me esforço para continuar, me seguro em tudo que posso, mas a dor e o medo, eles ainda estão aqui, sem

23 vezes esse maldito dia 23

Há 23 meses Esse maldito dia 23 Reverberando 23 vezes  Aquele domingo, 23. A cada 23 vou ficando calejada, Mas nunca acostumada. Cada dia 23 parece que é 23 vezes pior Revivendo 23 vezes aquele domingo de sol. E eu vou multiplicando por 23 as dores, Por 23 os nunca mais, Por 23 os anos que não acontecerão jamais. 23 memórias guardadas em cada canto, 23 sorrisos agora transformados em pranto, A cada 23, a falta se faz mais sentida, 23 abraços que se perdem na vida. 23 sonhos que se desfazem no ar, 23 palavras que não consigo mais falar, Em cada 23, uma lágrima a rolar, Por 23 vezes, tentando a dor suportar. 23 promessas sussurradas ao vento, 23 momentos levados pelo tempo, A cada dia 23, o amor permanece, Por 23 vezes, a saudade me enlouquece. 23 estrelas brilhando no céu a lembrar, De 23 beijos que não posso mais dar, Cada 23, um ciclo de dor e amor, 23 vezes lembrando do seu calor. 23 lágrimas,  23 risos,  23 anos,  23 mitos. Em cada 23, 23 faltas do seu olhar, E quando o próximo 23 c

Desencontros (2023)

  Passei em frente ao seu bar preferido Não resisti, entrei. Vi seus muitos amigos Cumprimentei. Observei a mesa Que sempre te abrigou Com o copo de cerveja Que você não tocou. Bebi em sua memória…  Em mais uma tentativa tortuosa Na esperança vã que a saudade levou… E teu assento continua vazio…  E você está longe…  Debaixo da terra de meus pés Em outro lugar Com outros olhos O Deus que arrebata, ressuscita O corpo que em declínio… não está mais aqui. E a luz deste teu olhar... Saí do teu bar Embriagada em dor Cerveja que tomei, você não tomou. Passei pelos caminhos que você indicou Olhei os rostos que você olhou Senti as dores que você sentiu Sorri para as bocas que você sorriu Toquei meus lábios, porque partiu? Sinto tanto o passado Que me parece tão distante O futuro tão incerto Hoje já não é pensamento constante. E finalmente passei pelos portões do paraíso Como você passou E te vi nascer com um sorriso Quando você chorou...

Eu sabia

  Perdi o sono, de novo.  Assisti um vídeo de um psicólogo dizendo que existem 2 grandes mentiras sobre o luto: 1. Que passa 2. Que vai doer menos E ele explica. Não passa, você convive com aquilo. Você leva a dor para o trabalho, para a mesa de jantar, para os encontros. Ela é parte de você. Aquela perda é parte de você. Não existe mais a pessoa que você era antes. E muitas vezes você nem sabe mais quem você é neste processo.  Não dói menos pq nos momentos em que você é feliz. Nos momentos  em que a felicidade ousa te encontrar a saudade vem e te rouba esse momento pq você pensa: queria tanto que essa pessoa estivesse aqui…  E pensando nessas coisas e no meu projeto engastalhado de escrever mais (é um processo doloroso e me sinto um cão correndo atrás do próprio rabo) pensei em ler meus diários.  Tenho diários em papel, em apps, em anotações digitais… eu traduzo o mundo nas palavras. E aí achei essa anotação da segunda foto e meu coração se quebrou e ao mesmo tempo se encheu de alegri

As mil que habitam em mim (2023)

Eu ando tão esquisita ultimamente.  Não reconheço muitos dos meus sentimentos e tenho sentido uma vontade enorme de só ficar na minha, no meu canto, quieta.  As vezes eu sinto como se eu não fosse eu mesma mais. Uma parte do fogo que queimava em mim parece ter-se apagado. Ao mesmo tempo, bem timidamente, parece ter uma chama começando a tomar força aqui dentro.  Tem tanta coisa acontecendo na minha vida... tanta coisa...  São dias infinitos e sentimentos confusos.  E eu não gosto nada disso. Gostava quando tudo era claro e simples e quando eu sabia exatamente o que estava sentindo.  Hoje sinto como se uma parte de mim caminhasse para frente enquanto outra parte de mim não consegue largar tudo que passou... e eu tenho feito tanta força pra puxar essa parte de mim que não quer sair do lugar... tá tão pesado, tão cansativo.  E eu sorrio, gargalho, beijo, danço e conto histórias. Eu me relaciono com pessoas e deixo que todos pensem que estão me vendo, me sentindo, me conhecendo... mas na v

-18 e contando

1 ano e 6 meses sem você.  E eu ainda olho as fotos sem acreditar.  As fotos sempre me engasgam. Me dão um murro no peito e dor na barriga As borboletas no estômago morreram… As fotos se repetem… Sinto sua falta o tempo todo, todos os dias.  Oro para que esteja bem.  Tanta coisa aconteceu neste muito pouco tempo… Espero que esteja vendo tudo aí de cima…  Tô fazendo minha parte por aqui… como você gostaria que fosse.  Te amo infinitamente.  -18 meses e contando

Eu sinto tanta falta (07/06/23)

As fotos se repetem…😔 Eu sinto tanta falta Tanta falta daquela química que incendiava meu corpo… De te olhar e sentir que meu coração ia sair pela boca… De transmitir meus pensamentos pra você com um olhar… Eu sinto tanta falta Falta das suas mãos fortes  Da sua gargalhada barulhenta  Do seu abraço quente.  Eu sinto tanta falta de você preenchendo todos os espaços  Da cama ficar pequena pq você tá do meu lado  Do mundo ser nosso quintal  E da coragem que você me dava. Eu sinto tanta falta da sua animação as 6h da manhã  Dos inúmeros banhos que você tomava em um dia  E das longas conversas que tínhamos  Quando você se foi… foi como se um pedaço de mim se quebrasse  Foi como se meu coração se esvaziasse  Como se a minha vida se partisse  E por mais que eu me segure em tudo Que eu lute pra ficar de pé  Por mais força que eu faça pra continuar  Me sinto ser engolida por tudo que não tenho mais  Por toda dor que me consome  Por todo medo que me acompanha…  Eu sinto tanta falta de quem eu e