Tem dias que a gente acorda com o coração apertado e um nó na garganta, sem motivo aparente. Tá tudo bem, a vida tá até incrível, mas por dentro a gente se sente meio bosta, meio vazia. Um misto de gratidão e tristeza que parece não fazer sentido, um desânimo que chega sorrateiro, mesmo quando a vida está sorrindo para a gente. Hoje, por exemplo, eu estou vivendo um dos melhores momentos da minha vida — realizo conquistas, tenho paz, o universo parece colaborar (finalmente, rsrs) . E ainda assim, uma carência bate. Uma vontade de ter alguém por perto, de sentir o calor de outro corpo, aquele abraço apertado que dissolve todos os problemas, até os que a gente não sabia que tinha.
E o engraçado é que, ao mesmo tempo, sou completamente apaixonada pela minha própria companhia, ser sozinha também tem seu charme. Tem dias em que nada me parece mais delicioso do que deitar na minha cama enorme, com um bom livro e uma taça de vinho. Ouvir o silêncio do meu pensamento, escolher minha série sem debates ou concessões.
Ser sozinha também é incrível, tem um gosto delicioso de autonomia. — posso me cercar de travesseiros, sentir o meu próprio cheiro em tudo, me perder no meu mundo. É liberdade. É reconfortante, em muitos momentos. Mas, especialmente hoje, com o frio e a chuva lá fora, tudo o que eu queria era me enrolar no sofá, me esconder dentro de um abraço. Sentir a respiração de alguém próxima ao meu rosto, enquanto dedos carinhosos fazem cafuné na minha nuca. Só por um momento, ser embalada pela sensação de que alguém tá ali, cuidando, protegendo. Porque a verdade é que, mesmo quem ama a própria companhia, às vezes só quer ser abraçada.
Tem dias em que a solidão é bem-vinda. Mas tem outros em que só um corpo colado ao meu pode aquecer o coração.
E hoje, é um desses dias.
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