Então começa o conflito interno. Você se pergunta se está sendo exigente demais, se não está reconhecendo o que tem na frente por pura sabotagem ou medo de se entregar. Aquele velho medo de perder uma boa oportunidade ou, pior ainda, de estar repetindo padrões. Afinal, já ouvimos tantas vezes que a gente sempre acaba querendo o que não pode ter, o cara difícil, o complicado. Aquele que não manda emojis de bom dia, mas que faz seu coração acelerar.
Será que a intuição está gritando algo que você não quer ouvir? Ou é só o medo falando mais alto? E se for apenas mais uma fuga estratégica, disfarçada de falta de conexão? A linha entre a autossabotagem e a verdadeira ausência de química é finíssima. E se fosse a sua mente criando problemas onde não tem? Talvez ele seja o cara e você está perdendo a chance por ficar buscando a faísca errada, aquela que você sempre confundiu com paixão.
Mas, espera... e se essa sensação incômoda for o seu corpo, a sua alma, te dizendo algo que a mente não consegue traduzir em palavras? Às vezes, o coração sussurra o que os nossos pensamentos tentam calar. Não é fácil decifrar a intuição, mas uma coisa é certa: o corpo não mente. Se algo dentro de você não vibra, não é para ignorar. E aqui vai o ponto crucial: nem sempre conseguimos nomear o que é que não encaixa, e isso não quer dizer que não haja algo.
Aí surge uma nova questão: será que estou tão acostumada com o furacão que, quando finalmente encontro algo que é paz, não consigo reconhecer? Será que eu confundo calma com tédio, tranquilidade com falta de emoção? Talvez eu tenha passado tanto tempo em relacionamentos turbulentos, onde a adrenalina era o prato principal, que agora, diante de algo leve, estável, eu fico esperando o próximo terremoto que nunca chega. Será que estou inconscientemente buscando a tempestade, ansiando por aquele caos disfarçado de paixão? Às vezes, a gente se perde nesse ciclo de confundir intensidade com conexão, como se o coração só pudesse bater mais forte quando está à beira do abismo.
Tem uma frase que diz que o oposto de amor não é ódio, mas indiferença. E talvez o que você esteja sentindo seja exatamente isso: ele é bom, carinhoso, está presente, mas não mexe com você. E o que é o amor, se não o desejo de estar perto, de se perder no outro, de sonhar acordada com a próxima conversa, o próximo toque? Se isso não está ali, pode ser um sinal de que algo essencial está faltando.
E sim, pode ser confuso. Pode parecer que você está jogando fora a chance de ser feliz com alguém que, no papel, preenche todas as caixinhas. Mas talvez a intuição esteja te avisando que o coração é mais do que uma lista de qualidades. É sentimento, é pele, é alma, é aquele algo a mais que não se explica. E no fundo, você sabe. Sabe quando é medo, quando é sabotagem... e quando é apenas a falta de uma conexão verdadeira.
Afinal, se fosse para ser, você não estaria aqui, no meio dessas dúvidas todas, não é?
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