Não é que falte sentimento, mas há um receio constante de se deixar transbordar, de ser tomado pela emoção.
É um amor que teme o próprio reflexo no espelho, que foge de qualquer traço de vulnerabilidade.
Esse medo de se emocionar faz com que a entrega seja sempre medida, sempre controlada. Como se amar de verdade fosse um risco grande demais, como se demonstrar fosse um crime imperdoável.
Mas eu sou feita de outra matéria.
Eu anseio por essa emoção que parece te assustar.
Preciso me emocionar, me deixar tomar pelas marés do que sinto, sem me preocupar se estou sendo imprudente.
Meu amor não conhece meio-termo, ele não sabe o que é segurar as rédeas.
Para mim, amar é se lançar, é se deixar levar pelo turbilhão. É sentir o peito arder, é abraçar a intensidade, é saber que em cada gesto há uma declaração silenciosa de afeto.
Eu não posso amar pela metade, não consigo viver nesse equilíbrio constante entre presença e ausência.
Há em mim uma imensidão que não cabe nesse mundo raso, que não se conforma com essa nova forma de amar.
Eu sou oceano, sou tempestade, sou vastidão.
Preciso de profundidade, de um amor que se aprofunda, que mergulha comigo até o fundo, sem medo de se afogar.
Para mim, o amor é um campo aberto, sem limites, onde se corre livre, onde não há medo de se machucar.
E quando encontro esse amor limitado, que hesita, que prefere se manter à margem, sinto que estou sendo convidada a caber em algo pequeno demais para a grandeza que carrego dentro de mim.
Acho que você não compreende a complexidade do ser humano, não entende que alma precisa transbordar.
Eu não posso me conformar em ser pequena, em conter minha imensidão para caber nesse espaço que você oferece. Prefiro me retirar, deixar que você ame à distância, com suas ausências, enquanto eu busco um amor que seja tão vasto quanto o meu, que se entregue sem medo, que se emocione sem reservas. Porque, no final, eu preciso de um amor que me aceite por inteiro, que não tema minha imensidão.
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