Até que a morte os separe, dizem
Mas é uma falácia, uma venda ilusória
A morte não separa ninguém, perceba:
Pois ficam as memórias,
as lembranças,
a história
Sinto falta do seu cheiro,
do seu gosto,
da sua voz
Saber que você nunca mais entrará por aquela porta
Com suas brincadeiras inconvenientes
e sua gargalhada barulhenta
É o que mais dói,
é o que mais corta
Viúvo é quem vai, dizem mais uma vez
Mas quem fica é dilacerado.
Procurando sentir de novo,
ver de novo
Tocar o que já foi,
reviver o impossível
Vivo ansiosa pelo que vem depois,
depois de nós
Mas dentro de mim um não grita feroz
Porque para que haja o depois,
eu preciso colocar um fim no agora
E como fechar essa porta?
Como construir uma nova história
carregando você na memória?
Será que existe um final feliz depois de nós?
O que resta para mim depois de nós?
Uma vida de sombras
e lembranças de nós?
Uma ânsia por liberdade
que sempre termina em nós?
Nos sussurros da noite, nos ecos do dia
A dor é companheira, a saudade guia
Até que a morte nos separe, que mentira cruel
Pois o amor permanece, como um laço eterno, fiel.
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