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Mostrando postagens de dezembro, 2023

O Amor Que Permanece na Falta

Hoje, completamos 10 anos de casados. Pelo menos, completaríamos se você ainda estivesse aqui. O plano era uma viagem, uma renovação de votos, mas a vida nos desviou desse caminho. O plano acabou, e o que restou foi essa saudade imensa, uma falta que parece nunca ter fim. Eu sinto tanta falta de nós dois, de quem éramos juntos. A química entre nós era explosiva. Eu te olhava e sentia meu coração sair pela boca, como se o mundo inteiro desaparecesse ao nosso redor. Sinto falta das suas mãos fortes, da sua gargalhada alta, do seu abraço que me aquecia e me fazia sentir segura. E a cama... agora parece tão vazia, tão grande. Você preenchia todos os espaços. A sua energia logo cedo, os banhos infinitos e as conversas que duravam horas — tudo isso agora são apenas lembranças. Quando você se foi, um pedaço de mim quebrou. Meu coração se esvaziou, e minha vida, de alguma forma, se partiu. Eu me esforço para continuar, me seguro em tudo que posso, mas a dor e o medo, eles ainda estão aqui, sem

23 vezes esse maldito dia 23

Há 23 meses Esse maldito dia 23 Reverberando 23 vezes  Aquele domingo, 23. A cada 23 vou ficando calejada, Mas nunca acostumada. Cada dia 23 parece que é 23 vezes pior Revivendo 23 vezes aquele domingo de sol. E eu vou multiplicando por 23 as dores, Por 23 os nunca mais, Por 23 os anos que não acontecerão jamais. 23 memórias guardadas em cada canto, 23 sorrisos agora transformados em pranto, A cada 23, a falta se faz mais sentida, 23 abraços que se perdem na vida. 23 sonhos que se desfazem no ar, 23 palavras que não consigo mais falar, Em cada 23, uma lágrima a rolar, Por 23 vezes, tentando a dor suportar. 23 promessas sussurradas ao vento, 23 momentos levados pelo tempo, A cada dia 23, o amor permanece, Por 23 vezes, a saudade me enlouquece. 23 estrelas brilhando no céu a lembrar, De 23 beijos que não posso mais dar, Cada 23, um ciclo de dor e amor, 23 vezes lembrando do seu calor. 23 lágrimas,  23 risos,  23 anos,  23 mitos. Em cada 23, 23 faltas do seu olhar, E quando o próximo 23 c

Selvagem (2023)

No brilho do olhar, desvenda-se a força Da menina que flui, intensa e voraz.   Em cada gesto, um grito de liberdade,   No sussurro do tempo, poder e paz.   Selvagem ela reina,  em sua essência, audaz.

Água da Alma - Calma (2023)

Cada gota de água, um refúgio, um lar, Me deixo flutuar. E em meu silêncio consigo ver bem, A aurora que o presente contém. Há sonhos nas linhas - tatuagem, O sussurro de histórias, uma antiga viagem. O rabisco é escudo, é lâmina, é fio, Em águas de paz, encontro o findo. Aqui jaz o ideado, não a leveza da alma, Por entre as ondas - calma, No silêncio ecoa o grito - coragem Refletido n'água uma verdade sem face. A luz me banha, mas a sombra me guarda, Entre luz e escuridão, minha quietude é farsa. Entre o brilho do sol e a alma lua, Sou a poesia viva, de Drummond, nua. Neste instante suspenso, a vida é um enigma, E eu, uma viajante, entre a página e a rima. No silêncio de minhas lágrimas, um universo a desdobrar, Cada sorriso é convite: desbravar.

Desencontros (2023)

  Passei em frente ao seu bar preferido Não resisti, entrei. Vi seus muitos amigos Cumprimentei. Observei a mesa Que sempre te abrigou Com o copo de cerveja Que você não tocou. Bebi em sua memória…  Em mais uma tentativa tortuosa Na esperança vã que a saudade levou… E teu assento continua vazio…  E você está longe…  Debaixo da terra de meus pés Em outro lugar Com outros olhos O Deus que arrebata, ressuscita O corpo que em declínio… não está mais aqui. E a luz deste teu olhar... Saí do teu bar Embriagada em dor Cerveja que tomei, você não tomou. Passei pelos caminhos que você indicou Olhei os rostos que você olhou Senti as dores que você sentiu Sorri para as bocas que você sorriu Toquei meus lábios, porque partiu? Sinto tanto o passado Que me parece tão distante O futuro tão incerto Hoje já não é pensamento constante. E finalmente passei pelos portões do paraíso Como você passou E te vi nascer com um sorriso Quando você chorou...