Pular para o conteúdo principal

Viver sem você é um ato de extrema coragem

 Viver sem você é um ato de extrema coragem.

Acho que essa frase já diz tudo que precisa ser dito. Não necessita explicações ou complementos. 

Mas eu tô aqui na sala de espera do consultório médico, sufocada, e a única coisa que me alivia é escrever. Escrever pra você. 

Vindo pra cá eu vi uma moto igual a sua. O seu sonho. Na hora as lágrimas me tomaram. Meu coração sangrou. 

Eu vivo tentando não focar no que perdi. Mas são tantas mudanças e tanta coisa que preciso deixar pra traz que é difícil manter o otimismo e o olhar pra frente. Tem hora que eu fraquejo também. 

Cheguei no médico, os olhos encharcados, o rosto inchado. A pergunta: qual o estado civil? 

Já ouvi essa pergunta inúmeras vezes e sinto meu coração se partir todas as vezes. As lágrimas voltaram e a voz saiu rouca: viúva. 

O mundo é hostil para quem tem tantas boas lembranças quanto eu. Tudo traz você: um dia de sol, um dia frio, uma boa comida, um lugar que era nosso…

Ontem a tarde, em casa com minha filha vendo um filme, comecei a chorar do nada. É um vazio que transborda de tristeza. As vezes consigo me distrair, esquecer por alguns momentos a realidade. Ou até mesmo olhar para as boas coisas. 

Mas a falta, o buraco, o vazio estão sempre ali. Vivos e pulsantes. 

O tempo passa e nada muda. Dói tanto ou mais do que no primeiro dia, a diferença é que agora eu estou “acostumada”, se podemos falar assim. Como um peso que carrego todos dias… e vou deixando o músculo “treinado”. 

O mundo é hostil pra quem tem um amor tão grande dentro do peito… e uma vida sem esse amor pela frente. 

O não que a vida nos dá, quando dá, é cruel.

Falei hoje com uma amiga sobre não haver garantia neste planeta. As dores vem. Faz parte. E por mais dolorido que seja, esconder-se é pior. 

O mundo é ainda mais hostil com os covardes.

Comentários

Postar um comentário

Fala comigo:

Mais Vistas

E se tudo isso for um sonho?

Às vezes, me pego nesses devaneios, questionando o sentido de tudo. E se essa realidade for uma ilusão, uma Matrix onde tudo está escrito? Ou se, ao contrário, formos apenas um acidente cósmico sem direção, sem propósito? O que houve antes, o que virá depois? Difícil saber. Talvez nunca saibamos. Mas, enquanto tentamos decifrar esse enigma chamado vida, estamos, na verdade, perdendo o que ela tem de mais importante: o agora. Nos prendemos tanto aos "e se" que esquecemos de viver o que está bem diante de nós. Temos medo de arriscar, de nos jogar, de falhar, como se essa experiência fosse eterna. Mas não é. A vida é efêmera, fugaz. E se essa for a nossa única chance? Se não houver nada depois? A pergunta que fica é:  por que não?  Por que não arriscar, se aventurar, tentar, falhar? Agora, se houver algo depois, o que você quer ver quando olhar para trás? Quer ser conhecida como aquela que teve medo de viver? Que se acovardou? Pense na retrospectiva da sua vida passando em um te

Carente

Tem dias que a gente acorda com o coração apertado e um nó na garganta, sem motivo aparente. Tá tudo bem, a vida tá até incrível, mas por dentro a gente se sente meio bosta, meio vazia.  Um misto de gratidão e tristeza que parece não fazer sentido, um desânimo que chega sorrateiro, mesmo quando a vida está sorrindo para a gente. Hoje, por exemplo, eu estou vivendo um dos melhores momentos da minha vida — realizo conquistas, tenho paz, o universo parece colaborar (finalmente, rsrs) . E ainda assim, uma carência bate. Uma vontade de ter alguém por perto, de sentir o calor de outro corpo, aquele abraço apertado que dissolve todos os problemas, até os que a gente não sabia que tinha. Sinto falta de acordar com um beijo suave no pescoço, um "bom dia" sussurrado no ouvido enquanto o mundo lá fora parece não existir. Aquela mensagem inesperada que chega no meio da tarde, trazendo um calor no peito, uma faísca de vida no dia,  só pra lembrar que você é importante, que alguém tá pensa

Quem é você em "Sex and the City"?

A verdade é que a gente se reconhece nelas, mas isso também nos incomoda... Porque, no fundo, todas somos um pouquinho Carrie, Charlotte, Miranda e Samantha. Vamos começar com  Carrie Bradshaw , a personagem que nos conquista com seu estilo único e sua habilidade de transformar a vida caótica em colunas deliciosamente irônicas. Mas, por trás de todo o glamour e das roupas de grife, o que mais nos pega em Carrie é sua insegurança quase crônica — e, ao mesmo tempo, irritante. Quem nunca se pegou torcendo para que ela parasse de colocar  Big  como prioridade? Carrie é o tipo de mulher que tropeça, literalmente, nas próprias escolhas, sem nunca conseguir aprender de fato com seus erros. O relacionamento dela com Big é o maior exemplo disso. Ela se entrega, se ilude, se machuca, mas sempre volta. E, sinceramente? Quem nunca passou por isso? O que realmente nos incomoda em Carrie é que, de certa forma, a gente se identifica. Sabemos como é difícil quebrar esse ciclo, como é fácil passar pano