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Mostrando postagens de julho, 2022

A Parte Que Não Dura (2007)

                    Abri os olhos no meio da noite Com várias frases misturadas na cabeça O seu cheiro está tão distante E de olhos fechados já não posso ver teu rosto   De repente estou em tornando parte do seu passado Estou me tornando a parte que não dura Estou te perdendo sem fazer força...   E penso se foi tudo tão rápido Ou se realmente perdi os sinais Sinto que falávamos línguas diversas Não nos entendemos mais...   De repente estou em tornando parte do seu passado Estou me tornando a parte que não dura Estou te perdendo sem fazer força...   E todo mundo sabe o quanto estou confusa, Só você não vê. Só você não vê. Todo mundo sabe o quanto te quero, Só você não vê. Só você não vê.   De repente estou em tornando parte do seu passado Estou me tornando a parte que não dura Estou te perdendo sem fazer força...   Minha boca ainda sente seu beijo Apesar do seu gosto estar tão distante E seu abraço me pareceu tão eterno Que acreditei que você estaria aqui pra sempre...   Mas de repente

Não posso aceitar uma vida pequena

Falei no meu ultimo texto sobre o que eu acho que nos mantém vivos depois da partida...  Eu acredito que sejam aquelas coisas que a gente sequer sabe definir direito, que sequer sabemos explicar. São aqueles pequenos momentos do dia a dia, da rotina que aquecem o coração e nos fazem vivos.  Eu estou triste. Uma tristeza que mora dentro de mim. Uma sombra que me consome quando as luzes se apagam.  Mas ao mesmo tempo eu sinto uma vontade imensa de continuar, de viver, de experimentar.  Recentemente eu sonhei com meu marido e, independentemente de ser um sinal ou uma criação da minha mente, foi muito interessante.  No sonho ele me via interagindo com amigos e familiares, rindo e me divertindo, e sorria de longe, apenas observando - como que aprovando. Eu o chamava e ele fazia um sinal de que não poderia ir, mas que era pra eu continuar. E eu acordei pensando tanto nisso.  Porque esse era o Rafael. Ele dizia que se não fosse para sermos felizes juntos, ele preferia que ficássemos separados

6 meses

Morrer é algo que me parece tão surreal... (ainda que seja a coisa mais natural da vida). É estranho como num momento a pessoa pode estar aqui com você, dividindo uma refeição ou um carinho, rindo, cheia de alegria e vida e no outro é "apenas" um corpo frio.  Isso é algo que ainda é difícil pra eu entender. Essa brusca interrupção é um solavanco que abala todas as concepções de vida e crenças que a gente tem. Seis meses se passaram e eu ainda me vejo parada no mesmo lugar. Numa curva, numa manhã de sol. Eu às vezes consigo caminhar e me afastar um pouco daquele lugar, mas quando fecho os olhos estou de novo -  no mesmo lugar.  Seis meses se passaram e a sensação é de que foi ontem. Eu ainda não consegui assimilar a vida como ela é agora. Embora eu viva essa vida, todos os dias. Eu trabalho, eu como, eu durmo, eu saio com minhas amigas, gargalho muito, falamos de planos e sonhos, de viagens. Mas quando eu volto pra casa, no final do dia, no silêncio do meu quarto quando as luz