Eu tenho a sensação que tudo está como antes, eu olho as coisas e tudo está como antes. Mas nada é como antes. Em tudo tem um buraco e uma ausência que só eu consigo ver e sentir.
As pessoas riem, as pessoas trabalham, as pessoas continuam fazendo as coisas que sempre fizeram.
Mas eu não consigo acompanhar. Eu simplesmente não consigo virar a chave e agir como antes.
É sábado de carnaval e eu acordo, enrolo na cama, assisto uma série, olho os cachorros e o tempo aberto e tudo parece normal demais, tudo parece no lugar e não vejo o mundo devastado como está minha alma.
Eu penso que deveria sair pra caminhar, dar uma volta e exercitar o corpo, mas ai a dor de estar sem ele do meu lado me impede de sair.
Eu penso em nadar um pouco e tomar uma cerveja. Mas quem estará comigo neste programa?
E parece tão injusto eu sorrir sem ele. Embora eu tenha a mais absoluta certeza de que ele gostaria de me ver sorrindo. O buraco dentro de mim é tão grande, tão profundo pra caber um sorriso, um momento de alegria.
É tão estranho o mundo continuar girando do mesmo jeito depois desse asteroide ter me tirado de rota, ter destruído meu mundo, ter transformado minha vida.
E eu sei que preciso me refazer, recomeçar, renascer, ressignificar... um monte de "re" e eu não faço a menor ideia de como aplicar esse monte de "re" na minha vida.
A vida sem ele é tão estranha porque parece que o mundo continua o mesmo.
Mas pra mim não. Pra mim o mundo mudou demais, tá cinza, tá solitário, tá assustador. E eu sei que eu preciso ir lá pra fora, eu sei que preciso enfrentar esse mundo.
Eu só não faço ideia de como.
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