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Mostrando postagens de junho, 2018

Mulher

Eu fui recentemente em um evento que discutia a liberdade de mulheres mães. Ouvi tantas coisas que mexeram profundamente comigo.  E resolvi escrever. Ai entro aqui no blog e a primeira coisa que vejo é o poema DESCOMPASSO DE UMA MULHER. É tão dolorido! As mulheres ainda sofrem tanto nessa nossa sociedade! Uma das palestrantes disse, para a mulher presa não basta o "castigo" imposto pela lei, é necessário que ela sofra todo tipo de constrangimento possível, porque a MULHER não pode cometer um ilícito. Independente da realidade que ela viva, das razões por traz das ações. Eu fiquei, honestamente, sem palavras, e assim estou até agora. Nossa sociedade é muito cruel com a mulheres. As discussões sobre o corpo e liberdade da mulher sao levadas ao patamar de discussões Morais como se o que a mulher fizesse ou deixasse e fazer com seu corpo impingisse em alguém alguma dor. NÃO. Deveríamos estar discutindo de forma ferrenha a cultura do estupro, a violência doméstica, o aband

2017

Havia luz em seus olhos, um brilho juvenil. Meu corpo aquecia ao seu toque. Agora tá tudo cinza... É muito estranho. Num dia você está absurdamente apaixonado. No outro vocês nem se reconhecem mais. Como isso acontece? Em que momento os relacionamentos se perdem? A sensação que tenho é que eu pisquei. Eu pisquei na hora errada, com certeza. E ai eu perdi toda aquela cor e fogo que eu tinha. Eu pisquei, foi um momento, eu tenho certeza. E de repente a chama virou cinza e o calor que dali emana é a única lembrança que restou. Eu não sei se estou triste. Honestamente não sei se estou triste. Estou pasma. Sim. Estou pasma. É como se eu estivesse vendo as coisas acontecerem na minha frente e não tivesse força para fazer nada. É como se eu não pudesse fazer nada. Pensei em conversar com ele. Mas toda vez que tentamos conversar eu me perco. Nos perdemos mais. O diálogo hoje é como uma grande pá cavando um buraco enorme entre nós dois. Um buraco enorme. E eu já não sei se tenho força ou se

Pequena

Ela gostava de ler. Gostava muito de ler. E a paixão por livros se transformou no sonho de ser escritora.  Então ela começou a rabiscar em qualquer papel que via. Tudo era motivo para escrever, o jogo de futebol, as flores florindo em pleno inverno, a primavera que se aproximava.  Tudo era razão para colocar no papel seus sentimentos e desejos.  Mas por alguma razão desconhecida, um monstro sombrio invadiu seus dias de luz. Foi chegando de mansinho, sem que ela percebesse seus reais interesses, foi se aproximando e ela deixou que ele entrasse. Em sua doce mente, acreditava que suas palavras iluminariam seu coração escuro, e que sua imaginação mostraria para ele um mundo diferente.  Entretanto ele trazia consigo muita dor e mágoa, e se alimentava da alegria que a pequena irradiava de si. Ele rondava seus sonhos transformando toda sua magia e imaginação em um fundo negro onde não havia mais como escrever ou colorir. Por onde passava as cores sumiam e as palavras reduziam-se